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O idoso Albino de Souza foi preso e acusado sem provas de estuprar e matar uma mulher em Anápolis, a 55 km de Goiânia. O caso aconteceu em 1991, ele foi confundido com um assassino e ainda foi torturado.

“Eles só disseram: ‘Você está preso’, pegaram e me levaram. E eu falando: ‘ Não foi eu não’ e já foram me dando pancada. Chegamos na delegacia: ‘Pegamos ele, delegado! O criminoso aqui’. Vocês vão me matar e eu não vou falar que foi eu”, disse Albino.

A Secretaria de Segurança Pública disse à TV Anhanguera que em 1991, as apurações das condutas dos policiais civis envolvidos na prisão injusta de Albino foram encaminhadas ao Poder Judiciário, mas o Tribunal de Justiça de Goiás informou caso foi prescrevido em 1997 e os réus não chegaram a ser julgados.

A história dele ficou marcada por um crime que ele não cometeu. Na época, a situação foi notícia na imprensa goiana.

A prisão dele aconteceu no dia 18 de março de 1991, quatro dias após o crime. Ele foi liberado no dia 21 quando o verdadeiro culpado pelo crime apareceu.

Na época ele era trabalhador braçal, tinha 29 anos e afirmou que levou chutes, socos, tapas, choque elétrico e foi colocado em um “pau de arara”. Até hoje Albino tem marcas da tortura no corpo.

“Até hoje aqui, desde aquela época, não sai não”, disse.
Após quatro anos da saída da prisão, em 1995, Albino procurou a Justiça com seus advogados. Ele passou 18 anos nos tribunais tentando provar o erro do estado.

Apenas em 2013, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu a favor pela indenização, ou seja, uma reparação enquanto ele ficou indevidamente preso.

Durante essa espera Albino e os advogados perderam o contato e começou uma busca para ele receber a indenização do estado. Por 10 anos, os advogados procuraram Albino por Anápolis e só o encontraram no ano passado, em 2023.

Por muito tempo, Albino foi catador de lixo para sobreviver. Ele chegou a perder seus documentos em uma enchente, não tinha endereço fixo e vivia em situação de rua. Albino morou até em um canil abandonado em Caldas Novas.

Com o dinheiro da indenização, Albino conseguiu comprar uma casa e hoje sonha com um futuro melhor.

“Minha vida mudou depois dessa casa. Vou continuar minha vida, meu trabalho e na honestidade com a certeza de que o que eu quero, eu vou fazer”, disse Albino.

TEXTO FONTE E IMAGEM: G1 GOIAS

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