O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) firmaram convênio, no valor de mais de R$ 10,6 milhões, para estudo e implementação de projetos públicos de irrigação no Estado. A iniciativa visa contribuir com o desenvolvimento socioeconômico em todas as regiões de Goiás por meio da utilização racional de recursos hídricos disponíveis.
Para efetivação do projeto, a Seapa será responsável pelo acompanhamento, fiscalização e execução dos estudos, enquanto a Codevasf ficará encarregada de contratar equipe técnica para realização das análises. Com isso, os diagnósticos vão ser feitos levando-se em consideração a atuação por regiões. Os resultados embasarão tomadas de decisão do poder público para determinar a condução das políticas para agricultura irrigada, considerando-se, inclusive, as consequências futuras no abastecimento urbano de Goiás. Os recursos serão liberados pela companhia após aprovação de proposta da Seapa.
A expectativa é de atendimento às demandas de todas as regiões goianas, com impacto direto nos produtores rurais e empreendimentos que se utilizam de recursos hídricos. O titular da Seapa, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, avalia que a melhor maneira de assegurar a elaboração de políticas públicas eficientes e proteger o meio ambiente está ancorada no planejamento. “A proteção e utilização adequada dos recursos hídricos são fundamentais para garantir nosso bom desempenho na agropecuária, que vem alcançando resultados melhores ano após ano”, destaca. Ele acrescenta que as equipes técnicas da Seapa estão sempre em campo, com o intuito de entender as necessidades dos produtores e da população em geral.
Aprovado no final do ano passado, o convênio entre Seapa e Codevasf tem vigência até dezembro de 2022. O calendário está em fase de elaboração pelas entidades envolvidas, e deve começar pelas regiões com maior possibilidade de expansão.
Goiás é uma unidade federativa predominantemente agropecuária e a utilização hídrica adequada é sinônimo de desenvolvimento sustentável da atividade nos próximos anos. Para se ter uma ideia, a Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte, localizada no Centro-Sul goiano, corresponde a 3,6% do Estado em área territorial, onde estão inseridos 38 municípios e se concentra 48% da população.
Até o ano de 2040, o cenário mais expansivo indica que a demanda hídrica na Bacia do Meia Ponte, onde reside um terço da população de Goiás, pode aumentar em até 235% para o uso na agricultura, dessedentação dos animais, mineração e abastecimento urbano. Além disso, o Estado tem experimentado frequente situação de risco de emergência hídrica nas Bacias Hidrográficas do Alto Rio Meia Ponte e do Ribeirão Piancó, situação que demanda melhoria da eficiência de uso da água nas atividades do agronegócio.
Para produção agropecuária, atualmente, o Estado de Goiás já possui dois polos de irrigação: do Vale do Araguaia (que compreende os municípios de Britânia, Jussara, Santa Fé, Montes Claros) e do Planalto Central (que engloba Cristalina, Formosa, Ipameri, Luziânia, Cabeceiras, Campo Alegre, Flores de Goiás, Vianópolis, Silvânia, Catalão, São João da Aliança, Água Fria de Goiás, Vila Boa e Padre Bernardo).
Durante evento realizado em julho, na futura nova sede da Emater, o governador Ronaldo Caiado anunciou a implantação de um terceiro polo, voltado para fruticultura, a ser instalado no Vão do Paranã, no Nordeste de Goiás. “Temos percebido resultados positivos nos polos irrigados. Além dos bons desempenhos em produtividade, a correta utilização hídrica garante o abastecimento urbano e rural no longo prazo, o que reforça a sustentabilidade da agropecuária”, afirma Antônio Carlos.
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