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Rumo ao seu centenário, a cidade de Aparecida de Goiânia completa no próximo dia 11 de maio 99 anos de emancipação e deixa para trás a imagem de cidade dormitório e mera região periférica da capital Goiânia. Após experimentar um forte desenvolvimento de sua infraestrutura urbana na última década, a cidade passa por uma nova transformação e prepara-se para se tornar também um hub logístico aéreo. Com a nova vocação, abre-se também a oportunidade de um novo nicho de oportunidades para a população.

A cidade receberá o polo aeronáutico privado do País, o Antares, que atenderá as demandas nacionais da aviação geral. Com um investimento da ordem de R$ 100 milhões, ele irá absorver grande parte dos mais de 63 mil pousos e decolagens da chamada aviação geral ou executiva, realizados por ano no Centro-Oeste. Esse tipo de aviação inclui táxis aéreos de passageiros, transporte de carga, serviços aeromédicos, operadores privados, instrução de voo e os prestadores de serviços aéreos especializados como a aviação agrícola.

Capitaneado por um grupo empreendedor formado pelas empresas Tropical Urbanismo e Incorporação, Innovar Urbanismo/Aeroar e CMC/BCI, o polo é voltado para a aviação executiva, manutenção e operações logísticas. Além de pista de pouso e decolagem, oferecerá áreas para a implantação de serviços especializados. A expectativa é que três mil pessoas trabalhem no pólo quando ele estiver totalmente implementado.

“A chegada do Antares representará o surgimento de muitas e várias oportunidades para os vários profissionais que são demandados para as operações aeroportuárias, desde um gerente de aeroporto até os atendentes de pista. Há também profissões ligadas à manutenção, como mecânicos e auxiliares de mecânica de aeronaves. No Antares, inclusive, outros serviços surgirão ao redor do empreendimento, como hotelaria, aluguel de veículos e alimentação, o que irá demandar uma grande cadeia de empregos”, explica o piloto de linha aérea e gerente de produto do Antares Polo Aeronáutico, empreendimento em construção na cidade de Aparecida de Goiânia, Eumar Lopes.

Com isso, crescerá a demanda por formação voltada à aeronáutica deverão aumentar, tendência que também será fortalecida após a pandemia, de acordo com o professor do curso de ciências aeronáuticas da Puc Goiás, Salmen Chaquip Bukzem. “Não tenho nenhuma dúvida que o modal de transporte que mais irá crescer no país é o aéreo. Para os grandes empresários, mesmo com a maior difusão das reuniões online, não se exclui a necessidade de contato presencial em muitas ações.Temos na aviação agrícola, uma categoria importante da aviação executiva e o aumento dos serviços de transporte aeromédico”, avalia Bukzem.

O professor de ciências aeronáuticas explica que a aviação não movimenta só o pessoal diretamente ligado à manutenção e operação de aeronaves. Segundo o especialista, há também uma infinidade de atividades satélites que orbitam o setor, como fornecedores de peças e prestadores de serviços diversos.

De acordo com Bukzem, devido a necessidade de grande especialização, os vencimentos de profissionais que atuam no setor da aviação podem ser bem acima da média. “No caso do pessoal ligado à área de manutenção, por exemplo, os salários variam conforme a complexidade dos equipamentos que eles operam. Mecânicos de monomotores a pistão, recebem uma média entre R$ 3.300 a R$ 3.500. À medida que esse profissional vai crescendo e vai tendo acesso a aeronaves mais complexas, temos outro nível que exige maior capacitação, chegando a ganhar em torno de R$ 5 mil. Quando se chega aos modernos jatos executivos esses ganhos são ainda maiores, já que são aeronaves mais sofisticadas e caras”, esclarece o especialista.

Sobre o Antares
Localizado a 15 minutos do Flamboyant Shopping Center, um dos principais centros comerciais da capital goiana, e às margens da BR 153, o Antares Polo Aeronáutico terá terá acesso facilitado por via expressa dupla. As obras da estrutura de apoio e da pista de 1.800 metros têm previsão de conclusão para o ano 2024. O Antares poderá receber todos os modelos de aviação geral, jatos executivos, monomotores, bimotores, até o Embraer 195.

O Antares Polo Aeronáutico abrangerá uma área de 2,096 milhões de m², com pista para pouso e decolagem de 1,8 mil metros, terminal de embarque e desembarque, posto para abastecimento, pista de acesso aos hangares (taxiway), Fixed Base Operator (FBO) entregue completo para assistência aos proprietários de aeronaves, estacionamento para visitantes e área destinada para helicentro e hotel.

Uma área de 654 mil m² será destinada para receber hangares de aviação executiva, de manutenção de aviões, escolas de aviação, empresas de compra e venda de aeronaves, peças e fornecedores em geral. “Foram cerca de 10 anos de estudos e planejamentos. O projeto tem porte inclusive para receber fábricas de aviões e, ao mesmo tempo, tem espaço para empresas e escritórios para executivos e empresários que tenham o transporte aéreo em sua rotina”, detalha Romeu Neiva, um dos incorporadores responsáveis pelo empreendimento.

Multimodal
Eumar Lopes lembra ainda que a privatização do recém-internacionalizado aeroporto de Goiânia confirmada em leilão público realizado no mês de abril; a inauguração em março de mais um trecho da Ferrovia Norte-Sul, que já corta seis municípios goianos; e a privatização prevista para julho do trecho entre Anápolis (GO) e Aliança do Tocantins (TO) da BR-153, transforma a região no principal corredor rodoviário de integração do meio-norte com o centro-sul do País.

“Todas essas recentes mudanças consolidam Aparecida de Goiânia como um importante hub logístico multimodal, fazendo com que a cidade goiana ganhe ainda mais atratividade para empresas, que queiram ter um ponto estratégico para distribuição de suas cargas para o Brasil e para o continente latino”, é o que avalia.

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