A implantação da rede 5G voltada para o agronegócio foi destaque no Mobile World Congress (MWC) Shanghai 2021, a maior exposição mundial da indústria de telefonia móvel. Com os novos investimentos, Goiás trabalha para ser o Estado mais agrotecnológico da América Latina, segundo o governador Ronaldo Caiado, um dos convidados para o webinar “Conectados para a Prosperidade Compartilhada: o Mecanismo Econômico Digital Essencial”, onde apresentou, no início da tarde desta segunda-feira (22/02), o painel sobre a agricultura de precisão e destacou os próximos projetos para ampliar a conectividade em solo goiano.
No evento on-line, que contou com a participação de representantes de 20 países, Caiado destacou a importância da agricultura de precisão e citou a implantação da rede 5G voltada para o agronegócio, em caráter experimental, em Rio Verde. O projeto é realizado pela Secretaria-Geral da Governadoria (SGG) em parceria com a Huawei, que forneceu os equipamentos, e a operadora Claro, que disponibilizou a conectividade. A apresentação de casos de uso inéditos, envolvendo drones e rovers, foi feita em dezembro do ano passado, em uma fazenda modelo e no Centro de Agricultura Exponencial (Ceagre), ambos no município.
“O que mostramos em Rio Verde é um divisor de águas para o agronegócio”, afirmou o governador Ronaldo Caiado. O projeto também conta com parceria de universidades que criaram, por meio da inteligência artificial e outros processos tecnológicos, algoritmos para identificação dos problemas de ervas daninhas em uma plantação de soja utilizando robôs e drones. “Com a tecnologia 5G o produtor rural tem acesso imediato a dados relacionados a fungos na plantação e carência de nutrientes no solo. Com essas informações ele consegue fazer a correção e o combate a pragas de forma localizada”, destacou. De acordo com Caiado, essa precisão diminuiu os custos de plantio, aumenta a produtividade e beneficia o meio ambiente. “É menos herbicida no solo”, ressaltou. Goiás é hoje o terceiro maior produtor de grãos, de soja e de milho do País.
Em Rio Verde, os dados da inteligência artificial coletados no campo são encaminhados para o Ceagre, o Centro de Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (Ceia/UFG) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), que tratam e armazenam os dados. “Temos trabalhado para uma agricultura de precisão. Para uma produção pautada naquilo que o mundo exige de nós: qualidade, produtividade, respeito ao meio ambiente e preservação de nossas nascentes”, afirmou.
Para o titular da SGG, Adriano da Rocha Lima, Goiás tem implantado a chamada Tríplice Hélice da Inovação, com a interligação entre as instituições de ensino, empresas e governo. “A produção de inovação sai da academia, onde estão os profissionais, enquanto que as empresas puxam esse processo de acordo com suas demandas. Ao governo, cabe a missão de ser o facilitador neste processo, reduzindo burocracias para o implemento das inovações,” pontuou.
Conectividade
Em outra frente, o Estado, em parceria com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), leva conectividade a lugares mais carentes e distantes dos principais centros urbanos do Estado, como comunidades quilombolas, indígenas e outras de difícil acesso.